domingo, 13 de fevereiro de 2011

TimeLine: Survival Horror - Parte I - Os pioneiros

 Atenção, a matéria abaixo contém fortes cenas de violência e multilação (extremamente toscas e pixeladas).

Survival Horror é um gênero definido não apenas pela mecânica de jogo, mas pelo tema, a atmosfera, a filosofia de design.  Os jogos de terror foram uns dos primeiros a abordar o design do jogo em termos de emoção e, como tal, foi um dos primeiros gêneros a fazer a ponte entre a arte e os jogos.

A Idade das Trevas

Os primeiros jogos que tentaram assustar os jogadores foram, na maior parte, Adventures. O primeiro jogo de Roberta Williams, Mistery House de 1980, adaptado de uma história de Agatha Christie, Além de um dos primeiros jogos de terror, foi um dos primeiros Adventures gráficos. Dois anos depois, foi lançado The Count, tematizado na Transilvânia, o jogo apresentava apresentando gráficos coloridos, muito bonitos na época.
Mystery Home e The Count

Os Adventures sempre interpretaram os gêneros literários bem diretamente, e nenhum destes jogos necessariamente alterou as bases do gênero. Eles podem ter sido realmente assustadores, mas eles não estavam usando a interatividade dos games para assustar de uma maneira diferente.

Haunted House para Atari mudaria isso. Ao contrário das tentativas anteriores, ele foi projetado desde o início com o medo em mente. Como o Atari 2600 era incapaz de oferecer gráficos e sons detalhados, James Andreasen inteligentemente colocou ênfase no que o que o jogador não podia ver, ao invés do que ele podia. Só os olhos do personagem eram visíveis na tela, e só se podia atravessar a escuridão com um fósforo aceso, que podia ser apagado tanto por uma brisa, quanto por um monstro que tivesse entrado na sala.

Fiel à filosofia de jogos de terror futuros, seu personagem era fraco e forçado a fugir dos monstros. Na verdade, ele não tinha capacidade de combate. Em vez disso, ele tinha de encontrar itens e procurar novas passagens entre os andares da casa, tudo ao mesmo tempo, evitando as coisas que faziam barulho. Isso colocava bastante pressão sobre o jogador e lançava dúvidas suficientes para criar um jogo tenso, que poderia, efectivamente, dar sustos, apesar de seus gráficos simples. Poderia ter sido o começo de uma carreira promissora para Andreasen, mas infelizmente ele foi uma das vítimas do crash de 83, e sua promissora carreira foi interrompida.


Durante a era negra do Atari 2600, o mercado foi inundado de jogos baseados em programas de TV e filmes da época, incluindo algumas das primeiras tentativas de interpretar a fórmula dos filme clássicos de terror dos anos 70 e 80 em jogos. A adaptação feita pela Wizard Video do filme Texas Chainsaw Massacre (O Massacre da Serra Elétrica) que colocava os jogadores na pele do homicida Leatherface era diferente dos jogos da época, mas a  adaptação que a empresa fez do filme Halloween era muito mais interessante.

Michael Myers era o unico inimigo, e o jogo era desprovido de combate real, com os jogadores sempre fugindo. As mortes por decapitação eram extraordinariamente sangrentas para a época, e a jogabilidade imprevisível, sempre surpreendendo com Myers saltando de trás de portas. Infelizmente, Halloween chegou no pior momento possível para o mercado jogos de Atari, e a Wizard Video estava nos seus últimos dias. Pouco tempo depois, eles estavam tão arruinados que os cartuchos foram enviados sem rótulo, com "Halloween", escrito à mão.

Com a próxima geração em voga, os videogames disponibilizavam um maior conjunto de ferramentas para transmitir imagens e sons assustadores. A Exidy, que já tinha começado sua primeira controvérsia sobre a violência em jogos com o jogo de 1976 Death Race, apareceu com outro polêmico jogo uma década mais tarde, em 1986. Chiller foi um jogo de tiro de light gun bem simples, mas a sua representação gráfica da tortura e violência era diferente de tudo que já tinha sido feito em jogos, os gritos emitidos pelas vítimas quando sua carne era arrancada de seu corpo eram de gelar o sangue. Chiller nunca inspirou muita controvérsia, grande parte devido ao fato de que não era popular (ou apresentável) suficiente para ficar num bar ou um Arcade.
Chiller

Outros jogos usaram a temática do terror, mas com uma jogabilidade mais clássica. Castlevania, Kenseiden e Splatterhouse foram todos lançados na segunda metade dos anos 80.

O primeiro título da série Castlevania foi lançado em 1986 pela Konami, foi um típico jogo de plataformas no qual o jogador assume o papel de Simon Belmont, um descendente do clã Belmont, uma família de caçadores de vampiros. Ele viaja para o castelo de Drácula, com o objetivo de destruí-lo. A principal arma dos Belmont é um chicote chamado "Vampire Killer", as armas secundárias disponíveis são adagas, água benta, machado e cruz-bumerangue. A série logo se tornou uma das  mais lucrativas e famosas da Konami.


 Kenseiden é um jogo para Master System criado pela SEGA e lançado em 1988. O personagem principal Hayato, é um samurai que tem que lutar contra feiticeiros e espíritos malignos que assolam o Japão do século 16. Sua história Começa quando os warlocks roubaram cinco pergaminhos secretos e a espada do Dragon Lord. Hayato, que tem sangue de dragão nas veias, deve recuperar os pergaminhos e espada e entrar no castelo e matar Oda Nobunaga.

Splatterhouse é um beat em up de arcade desenvolvido e publicado pela Namco em 1988. Devido à sua natureza violenta, o port de TurboGrafx-16 de Splatterhouse tinha um aviso de que o conteúdo era impróprio para crianças impresso na parte da frente da capa.




Ghost House da SEGA (Chapolim X Dracula na versão brasileira) foi um dos jogos mais interessantes desse período. Embora aparentemente um side-scrolling genérico, os estágios da casa mal-assombrada estavam cheios de armadilhas e segredos, e os inimigos eram rápidos, poderosos e intimidadores, forçando os jogadores a aprender os segredos da casa e usar a seu favor.
Ghost House

Perto do final da década, a Capcom lançou Sweet Home, inspirado no filme de terror japonês de mesmo nome. Embora fosse, um RPG com o tema de terror aplicado, ele fez um esforço real para se igualar ao seu irmão cinematográfico. Personagens que morrem no jogo não pôde ser ressuscitados, não existem muitos refúgios dos inimigos, como as cidades em um RPG normal. Embora possa não ter sido um verdadeiro Survival Horror, foi um passo importante na direção certa, e uma grande influência para Shinji Mikami na criação de Resident Evil.
Sweet Home


Fonte: IGN (inglês)

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Um comentário:

  1. Cagava tijolos, quando era criança jogando "Halloween" no atari do meu primo.

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