domingo, 5 de junho de 2011

TimeLine Sega: Parte VII - 32X, o primeiro grande erro da Sega


Como todas as tentativas da Sega of America de encontrar um novo hardware foram ignoradas pelos japoneses, eles tiveram de aceitar a inevitabilidade do Saturn. A tensão aumentou novamente quando a Sega do Japão decidiu que queria parar completamente de dar suporte ao Mega Drive e se concentrar inteiramente no Saturn. Isso até fazia sentido no Japão, onde o Mega Drive não fez sucesso, na verdade, eles abandonaram seus dois consoles anteriores no Japão, logo após os seus sucessores chegarem. Mas, a situação do ocidente era diferente.

O Mega Drive ainda era muito popular nos EUA, e seus maiores concorrentes next-gen ainda eram algo distante. Simplesmente não fazia sentido desistir do Mega, enquanto a Nintendo ainda estava colocando toda a sua energia no Super Nintendo, com jogos como a série Donkey Kong Country e Yoshi's Island.

Ainda assim, a próxima geração estava chegando de uma forma ou de outra. Em 1994, o 3DO e o Atari Jaguar já estavam dando aos jogadores as suas primeiras experiências na nova geração. A Sega do Japão queria combater a concorrência com o Mega Drive 2, que seria uma versão atualizada do console existente, melhorando alguns aspectos do hardware, com mais poder gráfico, além de compensar as deficiências do sistema. Joe Miller, chefe da equipe de pesquisa e desenvolvimento da Sega dos EUA, viu que esta era uma idéia terrível. Ele queria que as melhorias estivessem disponíveis para todos os proprietários do Mega Drive em um upgrade barato, e ele liderou o desenvolvimento de um novo produto, o 32X.
Na verdade, esse tipo de add-ob não foi uma idéia muito inteligente. A NEC falhou miseravelmente quando lançou o SuperGrafx (TurboGrafx atualizado com mais poder gráfico), e o Mega Drive já tinha o Sega CD para dar suporte. "O 32X foi realmente uma jogada de marketing", admite Kalinske. Ele não foi feito para durar, mas sim para permitir que a Sega se envolvesse na geração 32 bits com um add-on de custo relativamente baixo, além de preparar o terreno para a chegada do Saturn aos EUA.

Para conseguir rapidamente um bom número de jogos para o aparelho, a Sega empregou alguns desenvolvedores para criar jogos de forma rápida e barata, resultando em vários jogos medianos e ruins. Além disso, muitos jogos de third-parties eram apenas jogos já existentes no Mega Drive, com poucas melhorias significativas, fazendo com que os jogadores pensassem (erroneamente) que o 32X não adicionava tanto poder ao Mega Drive quanto era prometido.
WWF Raw no Mega Drive (Esquerda) e no 32X (direita)
Apesar de tudo isso, o 32X foi para os fãs da Sega, uma grande oportunidade de jogar versões muito mais fiéis de jogos de arcade da empresa, como Virtua Racing, Virtua Fighter e Star Wars Arcade.

No final, o 32X foi um tapa-buraco, que durou apenas sete meses, e serviu apenas para confundir o público e deixar os que acreditaram nele o sentimento de traição. Felizmente, ele não vendeu muito, pois se o tivesse feito, poderia ter dividido a base de fãs da Sega entre as duas plataformas.

Sega Nomad
Poucas pessoas sabem, mas nessa época a Sega também estava trabalhando em portátil. De acordo com Tom Kalinske, o sistema teria gráficos de 16 bits, tela de alta resolução, e uma interface touch-screen, anos antes do Nintendo DS. Infelizmente, essas especificações eram muito distantes da realidade da época, o que faria com que ele fosse proibitivamente caro, 289 dólares, lembra Kalinske. Então, a Sega optou por arquivar o projeto, deixando o Nomad (versão portátil do Mega Drive) como único sucessor do Game Gear.

Fim da parte 7.
Fonte: IGN (inglês)

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