Cerca de 60.000 máquinas do arcade de SFIIWW foram enviadas para todo o mundo na época, um número não visto desde Donkey Kong. Centenas de milhões de Dólares começaram a entrar nas contas da Capcom. Nada se comparava com a versalidade e diversão proporcionadas por Street Fighter II.
Em SF I, o jogo competitivo era praticamente um bônus incluído, já no II ele era o grande destaque. Rapidamente os jogadores foram se especializando em seus personagens favoritos, sempre explorando as melhores táticas e até bugs para vencer seus desafiantes. Nunca um jogo tinha distanciado tanto os seus jogadores hardcore dos casuais.
Foto de Sheng Long na EGM de abril de 1992 |
Mesmo estando em desenvolvimento praticamente ao mesmo tempo que SFII, o projeto de Nishiyama e Matsumoto (que trabalharam no Street Fighter I), Fatal Fury, lançado poucos meses depois foi taxado como uma cópia barata. A primeira de muitas.
Jogos de luta inundaram o mercado. Alguns, como Mortal Kombat, conseguiram conquistar o seu próprio espaço, outros morreram tão rápido quanto surgiram. Todos seguiram as mesmas diretrizes criadas por SFII. Alguns copiaram os controles e estilo exatamente. A rival SNK, famosa na época pelo jogo Ikari Warriors, colocou os antigos empregados da Capcom para trabalhar, criando ótimas séries como The King of Fighters e Samurai Showdown.
World Heroes, um dos clones de SFII mais descarados da época
Apesar dessa grande quantidade de títulos do gênero, o que os fãs estavam realmente ansiosos para ver, era o que o próximo Street Fighter poderia trazer para o gênero, e os rumores de que a Capcom estava planejando um Street Fighter III eram constantes.
Mais ainda viriam onze jogos antes dele.
Em abril de 1992, chegou Street Fighter II: Champion Edition, que tornava os quatro chefes personagens jogáveis, e permitia pela primeira vez que dois jogadores escolhessem o mesmo personagem, diferenciados por uma paleta de cores diferente. Street Fighter II: Hyper Fighting chegou naquele dezembro para combater um hack não-oficial, que aumentava a velocidade e adicionava mais movimentos verticais ao Champion Edition. A Capcom aproveitou a oportunidade para fazer as mesmas mudanças, e chama-las de suas, além de fazer outras alterações. Ryu se tornou mais defensivo, Ken mais ofensivo, combinado com suas personalidades. Chun-Li ganhou uma bola de fogo, Dahlsim o Yoga Teleport e todos foram melhor balanceados. Apelações com combos de Hadouken/Shoryuken e Flashkicks agora podiam ser quebrados por um jogador habilidoso.
Após dois pequenos, e bem vindos upgrades, mais rumores circulavam em torno de um Street Fighter com novos lutadores. O hype encima de Street Fighter III cresceu, e foi rapidamente derrubado quando Super Street Fighter II: The New Challengers foi lançado em outubro de 1993. Apenas quatro novos combatentes foram adicionados ao time: O índio americano T. Hawk, a agente inglesa sem memória Cammy (apenas uma das várias versões de sua origem), a cópia/homenagem a Bruce Lee Fei Long e o único personagem criado pela Capcom USA, o jamaicano Dee Jay.
Artworks de Cammy, Fei Long, Geronimo (que depois se tornou T. Hawk) e a de Dee Jay, feita pela Capcom americana |
Super SFII sem dúvida tinha uma aparência melhor. Todas as animações foram refeitas e melhoradas, o som remixado, e combos se tornaram oficialmente uma parte reconhecível do gameplay. Reversals e recoveries foram adicionados ao combate. A quase invencibilidade de Guile e Dhalsim foi atenuada. Mas boa parte dos jogadores foi relutante em experimentar os novos personagens, principalmente contra os já conhecidos Ryu ou Ken e seus novos golpes especiais. Para os aficionados, essas melhoras e adições não foram tão significativas quanto as feitas em Hyper Fighting.
Com o tempo, os fãs foram aceitando essa versão, e os novos personagens foram se tornarando populares (principalmente Cammy). Novamente, a hora parecia perfeita para a chegada do III, mas mais ao invés disso veio Super Street Fighter II Turbo.
Já sem a mesma atenção dos jogadores, Turbo trouxe o que os produtores chamaram de versão definitiva de Street Fighter II, fazendo todas as alterações que os fãs sentiram falta na última atualização. Ele mais uma vez reequilibrou e adicionou novos movimentos a todos os personagens, trouxe quatro velocidades de combate e adicionou dois dos novos pilares da jogabilidade: os combos aéreos e os devastadores super combos. E dessa vez, realmente existia um personagem secreto. Inspirados na velha piada da EGM, os produtores fizeram com que se o jogador chegasse na batalha final contra Bison, respeitando dificílimas regras, o poderoso chefe da Shandaloo era tirado de cena por um lutador demoníaco em um quimono negro, que se tornava o mestre final do jogo. Esse era Akuma (Gouki no Japão), irmão do mestre de Ryu e Ken, Gouken (o tema da piada da EGM).
Street Fighter agora era uma franquia bilionária, sem mesmo tendo ainda realmente chegado em seu terceiro jogo.
Fim da Parte 3.
Fonte: IGN (inglês)
Até hoje gosto mais de World Heroes do que SFII que sempre achei um jogo chato (curto apenas a versão Super)
ResponderExcluirApesar de não gostar muito de jogos de luta, Street Fighter é muito divertido, ainda mais com os amigos :D
ResponderExcluirBoa timeline, não sabia o por que deles lançarem tantas versões do mesmo jogo