quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Review - Bloodborne


Olá, bom caçador...

Lançado no final de março de 2015 pela FromSoftware e exclusivamente para o Playstation 4, Bloodborne está para completar 2 anos, mas não deixou de ser atual por possuir uma jogabilidade muito diferente da vista em Dark Souls 3, jogo posterior da série que é uma das mais aclamadas na atualidade. 




Porém, distante da fantasia medieval vista nos seus irmãos mais velhos, Bloodborne ambienta-se em um mundo com estilo vitoriano, rodeado por belíssimas construções de estilo clássico, ricamente ornamentadas e de telhados extremamente angulados.


Para não destoar, até os inimigos se vestem de forma condizente, muitos usando cartolas ou chapéus, ternos ou fraques, numa elegância bizarra, pois geralmente estão completamente deteriorados, magros, insanos, ou até mesmo numa transição para uma forma de lobisomem.




E é nesse ambiente que você percorre diversos corredores, num sistema claro de atalhos até os checkpoints, para poder sair do sonho, ou melhor, do pesadelo, pelo qual passa.
Belíssimas construções, muito bem detalhadas.

O jogo bebe em muito na fonte de Demon’s Souls e Dark Souls, pois apresenta um sistema parecido com o de almas para você fortalecer o seu personagem, além de utilizar o mesmo padrão de jogo, em que você evolui por tentativa e erro, analisando os padrões de movimentação dos seus inimigos e procurando as aberturas ideais para ataque, sendo que o uso dos “checkpoints” reestabelece todos os inimigos do mundo.

E é justamente no combate que reside a grande diferença entre o irmão mais novo e o mais velho, dando uma característica única ao Bloodborne.

Tudo começa pelo escudo, ou, na realidade, pela ausência dele. Em Bloodborne sua arma secundária é, no mais das vezes, uma arma de fogo. E ela possui função análoga ao escudo, serve para o “parry” (sistema em que você evita um ataque inimigo, ganhando uma janela para executar um contra-ataque poderoso), porém, inútil para defesa.

Em função da ausência de escudo, o combate de Bloodborne acaba sendo muito mais dinâmico. Aqui a melhor defesa acaba sendo o ataque. Além disso, as famosas cambalhotas foram substituídas por um sistema de “dash”, em que você consegue esquivar “para cima” do inimigo quando sua mira está travada, deixando o combate muito mais agressivo.

E para apimentar ainda mais essa agressividade, o jogo possui um sistema de recuperação de vida (HP), que, de maneira simplificada, permite que você recupere sua vida atacando os inimigos logo após receber um ataque.
Inimigos bem vestidos dão um ótimo tom ao ambiente.

E sim, essas características diferenciam em muito o Bloodborne dos seus irmãos de sangue.

GRÁFICO: Conforme dito, o jogo possui um estilo vitoriano que, mesclado com um terror anos 70 e 80, dão um tom único ao jogo. É um jogo muito bonito, com cenários ricos em detalhes. As ruas são muito ornamentadas, as construções e sua deterioração, os escombros e até mesmo as áreas mais inóspitas próximas ao fim do jogo possuem um charme consistente no esmero da produtora em colocar vários objetos  no cenário.

É um dos gráficos mais bonitos do Playstation 4, sem sombra de dúvidas. Mesmo sendo um jogo escuro e cinza, não é enjoativo em sua ausência de cores.

MÚSICA: A trilha sonora é excepcional, encaixando-se perfeitamente no jogo, principalmente nas batalhas contra os chefões.

Bloodborne apresenta uma evolução de música em momentos de tensão. Essa característica deixa as batalhas com chefes ainda mais épicas (e é uma marca registrada dos jogos da Fromsoftware).

Existem vários vídeos no youtube sobre os bastidores da gravação da trilha sonora de Bloodborne. Vale muito a pena dar uma pesquisada sobre, bem como ouvir a trilha e relembrar (ou, para quem ainda não jogou, conhecer) algumas das músicas mais épicas já vistas em jogos de vídeo game.

GAMEPLAY: A gameplay de Bloodborne é tão difícil quanto qualquer jogo da série Souls (tanto é que várias pessoas passaram a chamar o estilo de “soulsborne”). Porém, a dificuldade do jogo não chega a ser frustrante, ela é na medida, para que o jogador sinta-se recompensado após vencer cada etapa, alcançar cada lâmpada ou vencer cada chefe do jogo.

O jogo possui um sistema de batalha muito dinâmico, que, por si só, o diferencia muito dos irmãos Demon’s Souls e Dark Souls, consistente na ferocidade dos combates proporcionada pela ausência de escudo e sistema de recuperação de vida.

Além disso, as armas de combate possuem sempre duas formas, uma geralmente rápida e outra lenta, o que proporciona uma diversidade de formas de combos e estilos de jogo fantástica.

Outro ponto que diverge do Dark Souls é a quase inexistência de diferença entre os equipamentos de proteção. Enquanto em Dark Souls existem armaduras pesadas, que te deixam mais lento, mas com defesa alta, aqui em Bloodborne os atributos proporcionados pelas vestimentas são quase irrelevantes e não alteram em nada a velocidade do seu personagem (tanto é verdade que outro termo comum para designar o jogo é “Fashion Souls” e são vários os vídeos no Youtube de jogadores fazendo cosplay de outros personagens).
Qualquer semelhança com um inimigo famoso de outra franquia é mera coincidência.

Na questão de acesso aos locais, o jogo é muito assemelhado ao Demon’s Souls. Possui uma área central, em que você pode adquirir e/ou estocar seus itens, com ponto de acesso para as diversas áreas do jogo, as tumbas.

Os mapas das áreas de jogo são quase todos trabalhados em atalhos. Você possui um caminho normal para atingir determinadas áreas, até localizar atalhos para os “checkpoints”, principalmente quando as áreas são próximas aos chefes.

E por falar em chefes... As batalhas contra os chefes são épicas. A maioria delas de dificuldade elevada, mas todas proporcionam um prazer indescritível de superação.

Só para fins de informação, na PSN consta que apenas 60% das pessoas possuem o troféu de derrotar o segundo chefe do jogo (que, para liberar, basta vencer o chefe). Então não esperem nada fácil, esperem um desafio elevado e não se frustrem por isso!

Mesmo sendo um Action RPG, o jogo possui vários elementos de Survivor Horror, com alguns “jump scares”, para deixar o jogador ainda mais tenso. São vários os momentos em que monstros saltam do teto, pulam de galerias e corredores ou até mesmo aparecem embaixo de você.

E para não sair da receita que tornou a série Souls famosa, prepare-se para morrer, e para morrer muito!

Por fim, é importante lembrar que o jogo possui um sistema de catacumbas, em que você deve reunir alguns itens e realizar um ritual para acesso aos desafios paralelos.

ENREDO: A história do jogo é algo completamente secundário, entregue em pequenas porções, que podem ser encontradas na descrição dos itens, nos diálogos com NPC’s ou na exploração de alguns ambientes.

O “lore” completo de Bloodborne é praticamente impossível de ser descoberto e entendido em apenas uma jogada. Para absorver a história daquele universo é preciso muita dedicação do jogador, bem como uma boa pesquisa em Wikipedia ou no próprio Youtube.

Existem vários vídeos explicando o enredo do jogo que, pelo que consta, é baseado em vários contos de H. P. Lovecraft (autor famoso por contos de terror que possuem elementos de literatura fantástica).

Este é um jogo que se foca na gameplay. Você é praticamente jogado no universo de Bloodborne sem explicação alguma, transitando entre áreas físicas e sonhos abomináveis.


Capa da DLC. Encontre os caçadores antigos.
DLC: O jogo possui uma DLC, chamada "The Old Hunters". 

A expansão, lançada no final de 2015, traz novas áreas ao jogo, com algumas armas diferentes, um aprofundamento na história e cinco novos chefes, quatro obrigatórios e um opcional.

A maioria desses chefes possui uma dificuldade muito superior à vista no jogo regular, sendo que os próprios mapas adicionais apresentam inimigos novos e aterrorizantes. 

É um desafio obrigatório para quem gostou do jogo principal.
CONTRAS: Mesmo após atualizações, o jogo apresenta telas de carregamento demoradas, o que torna algumas partes do jogo cansativas, pois, em razão da dificuldade elevada, você acaba morrendo muitas vezes. Além disso, em alguns momentos a queda de framerate é nítida. Outro contra que o jogo apresenta é o número de bugs. Vários são os momentos em que seu personagem cai em buracos inexistentes ou fica enroscado em itens do cenário.
CONCLUSÃO:  Bloodborne não é aclamado à toa. Possui, no geral, notas acima de 9 pela crítica especializada.

É um excelente título, obrigatório para os proprietários de um Playstation 4, sucesso indiscutível em vendas (mais de 2 milhões de cópias, segundo o VGChartz) e um dos melhores títulos disponíveis na atualidade, tendo tantas virtudes que acabam superando em muito seus pequenos defeitos.

2 comentários:

  1. Sem dúvida, um ótimo game
    Muito boa a review 👏👏👏

    ResponderExcluir
  2. Obrigado! Foi o meu primeiro texto no estilo. Pretendo escrever mais vezes!

    ResponderExcluir

Deixe aqui um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.