sexta-feira, 24 de março de 2017

reVIEW: inFAMOUS: Second Son + First Light

"Joga muuuuito esse menino Neymar"

Second Son

Sete anos após os acontecimentos de inFAMOUS 2, neste jogo você assume o controle de um novo protagonista, Delsin Neymar Rowe, um rebelde sem causa que descobre possuir poderes de condutor (a denominação do universo Infamous para quem detém poderes especiais) e, em razão disso, passa a ser perseguido pela Força Policial "DUP".



E assim se resume o início de inFAMOUS: Second Son, jogo desenvolvido pela Sucker Punch e lançado com exclusividade para o Playstation 4 em 2014 como um dos primeiros títulos next generation da plataforma, com temática adventure open world em que você comanda um personagem com super poderes e encara a dualidade entre ser o cara bonzinho ou o malvado, possibilidade essa que marca a franquia como um todo, chamada de karma system.

Porém, ao revés de seus predecessores, Delsin não possui grandes aspirações, não pretende salvar o mundo ou criar uma nova ordem. Sua intenção é apenas livrar a própria pele, já que o governo passou a reprimir todos aqueles que, como ele, sejam condutores. E é nessa temática que a história se desenrola.

O controle do personagem principal é muito fluido, sendo que em pouco tempo é possível dominar o combate do jogo. O sistema de árvore de skills também enriquece muito a experiência, pois a forma de aprimorar suas habilidades se dá com a exploração do cenário e busca de colecionáveis.

Por falar em cenário, inFAMOUS: Second Son trás Seattle como palco da aventura. E meu amigo, que palco... A cidade possui várias ambientações fidedignas com diversos pontos turísticos retratados de forma perfeita. O sistema de escalada permite que você explore praticamente todos os pontos do mapa e, com a evolução dos seus poderes, alcançar os locais mais altos torna-se muito mais fácil e rápido. Porém, como um primeiro defeito apresentado, você só explora ambientes externos, com pouquíssimas cenas jogadas em locais internos e fechados.

O cenário bonito alia-se à uma experiência muito fluida de jogo. inFAMOUS é rápido, com muitos objetos simultâneos na tela. Vários são os momentos em que você encara diversos inimigos, veículos, destrói objetos, explode carros, dispara projéteis e TUDO aparece na tela simultaneamente SEM NENHUM ENGASGO. Não há queda perceptível de framerate no jogo. E graficamente é um jogo next gen.

A parte sonora também colabora em muito para a imersão. Os efeitos sonoros e a trilha escolhida para o jogo são de alta qualidade. Os barulhos de explosões, de pancadas, de tiros, todos são muito reais e bem trabalhados. A dublagem dos personagens é de primeira, tanto na versão original quanto no PT-BR.

Em jogabilidade o ponto alto reside nos combates, que são muito bem elaborados, com um controle de fácil aprendizado. Em poucas tentativas o jogador consegue dominar todos os poderes de Delsin e subjugar vários inimigos simultaneamente.

Mas o sistema de batalha também apresenta algumas frustrações. Logo antes falou-se da possibilidade de escalar tudo no jogo, o que, num primeiro momento, é muito bacana. Porém, quando você está em algum combate, esse mecanismo mais atrapalha do que ajuda, fazendo com que Delsin se pendure muitas vezes em locais indesejados. Essa falha é frustrante em alguns momentos pois, aliado à fragilidade do personagem, fará com que você tenha mortes desnecessárias. Além disso, a câmera não auxilia, principalmente quando os ambientes de combate são próximos às construções do cenário ou instalações da DUP, pois a câmera simplesmente trava e não te deixa enxergar nada.

O DualShock 4 também é explorado em algumas gimmicks apresentadas, com comandos que utilizam o posicionamento do controle ou até mesmo a touch pad. Tais recursos são repetidos à exaustão, o que acaba deixando a experiência um pouco cansativa, pois o uso é irrelevante para o desenrolar da história, utilizado apenas em sidequests, mais para mostrar a funcionalidade do controle do que para agregar à experiência de jogo (um showcase sendo showcase...).

A história de inFAMOUS: Second Son, fraca e pouco convincente, quase não possui relação com seus predecessores, ligando-se quando realizada uma cadeia de sidequests, o que pode frustrar alguns admiradores da franquia. O sistema de carma apresenta muitas decisões infantis e sem sentido ou justificativa. Além disso, os personagens são muito rasos e vagos. Você conhece mais a história de vida e motivações do vilão do jogo do que do próprio protagonista, deixando Delsin um tanto quanto genérico. A trama, que dura cerca de 7 horas, é muito focada nos problemas pessoais do protagonista após descobrir-se super poderoso, o que distancia este título das temáticas abordadas pelos jogos anteriores.

E uma dica. Não caia na água (sério mesmo que em jogos desta geração ainda se vê personagens que não podem cair na água?).

No geral, inFAMOUS é um título que, apesar dos defeitos, diverte MUITO em razão de sua jogabilidade, recomendado para qualquer possuidor de Playstation 4 que curta heróis de HQ e jogos de aventura. A carga horária da história pode ser quase triplicada em virtude dos colecionáveis e sidequests. Além disso, o Karma System também aumenta o tempo de jogatina, apesar de alterar pouquíssimo a história principal. Os combates são frenéticos, apesar da reduzida variedade de inimigos. As boss battles que o jogo apresenta são muito boas, com um elevado nível de dificuldade, mas nada que seja frustrante. Não seria surpresa alguma o anúncio um Second Son 2 para os próximos anos.


inFAMOUS: First Light


"Baby when they look up at the sky
We'll be shooting stars just passing by
You'll be coming home with me tonight
We'll be burnin up like NEON LIGHTS"

Ainda no ano de 2014, porém em agosto, aproveitando a engine pronta de Second Son, o relativo sucesso do novo título e o embalo de uma nova plataforma, a Sucker Punch lançou o DLC Stand Alone inFAMOUS: First Light, prequel que aprofunda-se na história de Abgail "Fetch" Walker, uma das condutoras (também rebelde, porém com causa) que aparecem no jogo principal.

Ao contrário de Delsin, que quase não é detalhado no jogo principal, First Light conta toda a história de Fetch, retratando muito bem os motivos que levaram a personagem ao seu estado de rebeldia. A história de First Light leva cerca de 5 horas para ser concluída e se passa quase toda em metade do mapa visitado em Second Son, contada através de flashbacks da personagem principal.

E neste jogo não há o sistema de carma. A história é linear, sem qualquer abertura para escolhas ou alteração de destinos.

O sistema de jogo é praticamente o mesmo de seu irmão maior, com uma árvore de skills um pouco mais simples e aprimoramento por meio de itens colecionáveis espalhados pelo cenário. O jogo possui também algumas sidequests muito repetitivas e, da mesma forma que em Second Son você basicamente enfrenta a DUP, aqui você enfrenta apenas mafiosos.

A carga horária do jogo pode ser triplicada tanto pelos colecionáveis e sidequests quanto pelo melhor que o jogo apresenta, o modo Arena. Este modo é explorado durante a história principal, mas ao final é liberado para livre exploração do jogador, num sistema arcade muito maneiro, dividido em 3 mapas, com dois sistemas de jogo cada.

Ambos os sistemas são de hordas, em que de tempos em tempos uma enxurrada de inimigos aparece no mapa e você deve resistir o máximo que puder, porém a finalidade é diversa. No sistema de Resgate, além de sobreviver você deve também salvar reféns em perigo. Já no sistema sobrevivência você apenas precisa aguentar o maior número de hordas possível.

A parte completamente arcade do modo arena está no sistema de pontuação, em que você atinge bonus de acordo com o número de inimigos em cadeia que você elimina, sendo que existe um placar global da PSN, bem como a possibilidade de comparação de placar com amigos.

Graficamente First Light é até mais bonito que Second Son, mais em razão dos efeitos dos poderes de neon da Fetch, mas o motor e jogabilidade são os mesmos. Os controles são muito fluidos e de fácil domínio. Alguns novos poderes são inseridos, deixando a jogabilidade ainda mais dinâmica, principalmente no modo arena, em que o combate é frenético e ininterrupto, o que contribui em muito para o domínio da personagem.


 -=-=-=-=-=-=-=-=-=-


VEREDITO: Tanto o jogo principal quanto o Stand Alone são indicadíssimos. Divertem muito no combate, trazem um desafio justo e interessante, apresentam uma carga total de jogo honesta, porém preenchida com sidequests repetidas e um pouco maçantes.

Infamous evidencia que é possível fazer um bom jogo de mundo aberto com a temática de heróis e super poderes, ainda mais por não utilizar nenhum medalhão de quadrinho.

Os dois jogos possuem pequenas falhas de execução, principalmente no controle de câmeras e na falta de exploração das possibilidades que o aprofundamento da história poderia trazer, mas as qualidades não deixam a desejar.

O mundo poderia ser vivo, a jogabilidade poderia ser melhorada em alguns aspectos, a história poderia ser aprofundada, mas o combate... O combate é perfeito e não precisa de retoque algum. Vários jogos de herói deveriam buscar inspiração nas batalhas de Infamous, na forma inteligente que os poderes do personagem são usados.

Jogue e divirta-se!

Dúvidas, críticas e sugestões: demolidorgameplay@outlook.com

2 comentários:

  1. Se alguém me pedisse uma dica de qual jogo comprar primeiro no PS4, com certeza eu diria Infamous Second Son. Discordo da parte da história ser pouco convincente, pois gostei bastante de Delsin, Agostine e Regie. De resto concordo plenamente. ótima análise.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu já sugeriria Bloodborne! Hahahaha. Acho engraçado 2nd son pois o personagem mais bem construído e trabalhado foi justamente a Agostine.

      Seria muito maneiro ver mais stand alones, um para cada condutor apresentado no jogo.

      E obrigado pelo elogio!

      Excluir

Deixe aqui um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.