"Jogo que a Mont Blanc deveria patrocinar"
Sabe aquele jogo do duende verde que muita gente odiou? Aquele que era do
Deixando o "mimimi" de lado, pois o tempo revelou que Wind Waker é um ótimo jogo e que cel shading é algo maravilhoso para vídeo games, o Zelda da Ampulheta Fantasma inicia exatamente onde seu predecessor terminou, com Link e Tetra viajando pelos mares atrás de um tesouro, momento em que a trama se desenrola.
The Legend of Zelda - Phantom Hourglass foi desenvolvido e publicado pela Nintendo como um exclusivo para o DS em 2007. A premissa é a mesma de todos os jogos da franquia. Algo acontece com a princesa e o corajoso herói deve salvá-la, pois ele é o único bravo o suficiente para tal ato. E, como em todos os Zeldas, você terá que mergulhar em diversos calabouços para coletar os mais variados itens místicos, enfrentar o chefão do mal e resgatar a Princesa Zelda.
Porém, aqui, você faz tudo isso apenas com a stylus, aquela canetinha que vem pendurada no seu DS (ou 3DS)
A primeira ideia de quem não jogou Phantom Hourglass deve ser: "Isso não funciona". Para esses, só há um conselho para dar... Jogue. Jogue e surpreenda-se. Os controles funcionam MUITO BEM. A gimmick foi tão bem utilizada que com o tempo você simplesmente esquece dos botões. Inclusive para usar os itens, pois, além do L, o jogo disponibiliza um ícone de seleção rápida na tela, para que você use também via touchscreen.
Os combates são simplificados, a dificuldade é reduzida, os puzzles são curtos e facilitados, mas a jogabilidade na stylus diverte e é muito responsiva.
Basicamente o jogo possui três tipos de ataque: stab, slice e spin attack. O primeiro é realizado quando você bate a Stylus na tela. Se você bater diretamente em algum inimigo, o Link executa o ataque com um pulo. Já o segundo é feito com um simples corte, muito útil para cortar grama atrás de rupees (dinheiro do universo Zelda). Por fim, o spin attack, clássico na franquia, é executado por um 360° ao redor do personagem. O interessante é que, ao contrário dos títulos anteriores, aqui o spin attack não é um ataque carregado e pode ser executado sucessivas vezes.
O mesmo serve para os mais clássicos itens do jogo. Durante sua aventura você encontrará bombas, bumerangue, arco e flecha, hookshot, marreta e outros itens clássicos da franquia. Mas todos eles são utilizados pela stylus de maneira inovadora e única. O uso do bumerangue é fantástico!
Como dito anteriormente, a tela de cima exibe o mapa da localidade em que você esteja, porém, o jogo permite que você troque as telas, jogando o mapa para a touchscreen do DS. É neste momento que o Zelda se torna ainda mais inovador. Ele permite que você rabisque todos os mapas do jogo, tornando ainda mais fácil a localização e anotação de apontamentos necessários no decorrer da aventura. Essa mecânica de jogo é muito explorada na resolução de vários puzzles.
O mundo apresentado em Phantom Hourglass é inteiramente novo, composto por um mapa dividido em 4 quadrantes. Como a franquia é uma continuação direta de Wind Waker, o mundo é praticamente submerso e o que existe para ser explorado são algumas ilhas, sendo que você passa boa parte do jogo navegando entre elas. Porém, ao contrário de Wind Waker, a navegação de Phantom Hourglass é automática. Basta você desenhar no mapa o trajeto que o barco percorrerá a distância. O que irrita um pouco é que as viagens são lentas (menos lentas do que as de Wind Waker) e você encontra por vezes alguns inimigos no caminho, que são derrotados num sistema de combate chato e repetitivo.
Por falar em repetitivo (sem spoilers), existe um templo em específico que você visitará várias e várias vezes, já que é lá que você pega pistas para continuar a sua aventura. Essa necessidade de visitar e revisitar o mesmo templo e vencer os mesmos desafios cansam no final do jogo.
Mas o néctar de Phantom Hourglass está nas batalhas contra os chefes. Todas elas fazem uso das duas telas do DS e cada boss dá uma função diferente para a tela de cima. A criatividade dos desenvolvedores foi muito longe! Nenhum chefe é muito complicado de derrotar, mas todos são divertidíssimos de se enfrentar.
Além disso, o jogo explora outras gimmicks do DS, como o microfone e o próprio sistema de abrir e fechar o portátil. Em alguns momentos você terá que assoprar o seu DS ou até gritar com ele. É bacana essa interatividade sensorial, mas acaba afastando a ideia handheld do portátil. Imagine-se jogando Zelda no metrô ou ônibus coletivo e, em determinado momento, você é obrigado a gritar com o portátil para poder avançar na história? Caso você não tenha travas sociais, este é o seu jogo!
O próprio uso exclusivo da stylus também afasta um pouco essa proposta de console portátil. É muito complicado segurar o DS apenas com uma mão, já que a outra está comprometida com a canetinha (eu mesmo joguei no 3DS XL e foi praticamente inviável aventurar-me por muito tempo longe de um apoio para o portátil).
Por fim, a trilha sonora é clássica e os sons são ótimos, inspirados em Wind Waker. Link possui voz ao atacar ou apanhar. Os sons também são todos os mesmos vistos em outros jogos da franquia, como o som característico de desvendar algum mistério ou o de localizar um novo item. Porém o jogo possui poucas músicas, tornando a trilha um pouco repetitiva para uma aventura que dura cerca de 15 horas de gameplay.
The Legend of Zelda - Phantom Hourglass é um honestíssimo título da franquia. Fica aquém dos seus primos lançados para consoles de mesa, mas destaca-se em relação aos títulos disponíveis para plataformas portáteis. Obrigatório para qualquer fã de Wind Waker!
Dúvidas, críticas e sugestões: demolidorgameplay@outlook.com
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