sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Review - Dandara


Escrito por Camila Cobra

Dandara é um jogo do estilo Metroidvania cuja personagem principal foi inspirada na guerreira negra homônima, esposa de Zumbi dos Palmares. Ela, na Guerra dos Palmares, lutou ao lado de homens e mulheres desafiando o sistema colonial escravista existente da época. Um fato importante é que a data em que foi lançado o jogo coincide com a data de sua morte, 6 de fevereiro de 1694. Dandara foi conhecida como uma grande capoeirista, mas no jogo está longe disso.

Dandara reside em Salt, onde busca a libertação de seu povo do exército Eldariano e luta contra a opressão. A personagem se apresenta como uma forte guerreira que utiliza diversas armas para as batalhas no jogo e possui o poder de controlar a gravidade, fazendo com que ela salte entre superfícies em todas as direções, o que traz um novo tipo de mecânica para os jogos da atualidade.

O jogo traz aquela sensação nostálgica dos jogos antigos, sendo feito todo em pixel art e traz, também, grandes elementos da cultura brasileira como a Abaporu de Tarsila do Amaral e uma trilha sonora que te prende durante o andamento do jogo.

Durante o jogo, Dandara luta contra personagens autoritários e opressores, ao mesmo tempo que coleta sal e o transforma em power-ups, como para aumentar sua vida ou sua energia. É interessante ressaltar que, mesmo sendo um Metroidvania, Dandara apresenta uma mecânica similar à Dark Souls. No mapa, é possível encontrar diversos acampamentos que curam, recuperam energia e podem ser usados como checkpoints.


Falando um pouco sobre os poderes do jogo, os dois primeiros que você ganha são de apertar botões para que se possa andar por outras partes do mapa, sendo que novas armas só são ganhas a partir do terceiro NPC. Pelos mapas é possível achar diversos baús que possuem formas de te ajudar no jogo com vida extra, energia extra ou até mesmo sal para que você possa comprar essas coisas. O prêmio no final de cada boss vem em sal, mas em quantias grandes para que possam ser trocados por atributos.

Em relação à boss e minibosses, a dificuldade apresentada mais próximo do final, faz com que se perca o brilho inicial do jogo. Muitos dos minibosses tem um dano absurdo e injusto, bem como um dos chefões (mais precisamente Bélia, a coração de Pedra) o que torna o jogo muito frustrante para quem o joga. Nas últimas telas do jogo existem algumas criaturas cujo hit te tira 3 corações e, se você não é pró na arte de desviar, te fazem morrer muito rápido. Outro ponto negativo é que nessas últimas telas, não existe um acampamento para que você use de checkpoint e os existentes se encontram bem longe. Ou seja, caso morra, você tem que passar por um longo percurso sem nenhuma novidade, o que é repetitivo e entediante.


Dandara vem com uma grande promessa, por conta de sua protagonista ser uma mulher negra e pela mecânica de locomoção, mas a experiência final se torna um pouco frustrante por conta da dificuldade excessiva. De qualquer forma, a combinação das mecânicas com a arte e a trilha tornam o jogo extremamente cativante.

Dandara está disponível para PS4, Xbox One, PC, Nintendo Switch, iOS e Android.

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