quinta-feira, 22 de março de 2018

A história da Free Radical Design - Parte 2


Em 2006, agora em uma parceria com a Ubisoft, a equipe da Free Radical começou a trabalhar em Haze, um jogo sobre soldados que usam uma droga que aumentava suas capacidades físicas, mas também tem efeitos alucinógenos que mascaram os verdadeiros horrores da guerra.



Eles começaram a desenvolver um motor gráfico completamente novo para Xbox 360 e PC, mas 2007 a Ubisoft surpreendeu a equipe com um acordo entre ela e a Sony, que tornava o jogo um exclusivo para o Playstation 3. O desenvolvimento de Haze foi extremamente conturbado. Criar um jogo sem ferramentas externas já não era tão fácil quanto na geração anterior e havia muita pressão para que o jogo fosse um concorrente de peso de Halo 3.

O jogo precisava ser lançado em 2008 e a Ubisoft queria que ele tivesse o máximo de conteúdo possível. Depois de alguns adiamentos e meses trabalhando sem parar 7 dias por semana, a equipe entregou a versão final de Haze em maio de 2008. Ele foi destruído pela crítica, principalmente pela sua falta de criatividade e muitos bugs. Ele parecia extremamente datado, principalmente por ter sido lançado meses depois do grandioso Call of Duty 4: Modern Warfare.


Durante esse mesmo período, o estúdio tinha mais dois projetos. Ainda em 2006 surgiram rumores posteriormente confirmados de que a Free Radical estaria desenvolvendo Star Wars Battlefront 3, depois do estúdio dos jogos anteriores, Pandemic, ter sido comprado pela EA. E em 2007 eles anunciaram oficialmente o desenvolvimento do esperado TimeSplitters 4, com um trailer e concept arts que parodiavam os principais jogos da época.

Mas infelizmente a catástrofe chamada Haze não seria facilmente superada. Em outubro de 2008 eles confirmaram que tinham perdido o contrato para para desenvolver Star Wars Battlefront 3. Aparentemente a nova diretoria da Lucas Arts, que estava diminuindo suas operações depois de alguns fracassos, não estava feliz com os atrasos no desenvolvimento do jogo. De acordo com pessoas envolvidas no projeto, Battlefront 3 estava a mais de dois anos em desenvolvimento e estava “praticamente pronto”. Anos depois vazaram vários vídeos demonstrando vários aspectos únicos do jogo, como a possibilidade do jogador ir em tempo real de uma batalha espacial para combater inimigos em terra, algo que não é possível nem nos novos Battlefronts da EA.


Depois de perder completamente o financiamento externo, e não conseguir uma distribuidora para TimeSplitters 4, o futuro da empresa não parecia promissor.

Timesplitters 4
Na manhã do dia 18 de dezembro de 2008, os funcionários da Free Radical ao chegarem para mais um dia de trabalho, encontraram as portas do estúdio fechadas. A empresa estava em processo de falência. Dos mais de 180 funcionários da empresa, cerca 140 foram demitidos.

Mas em fevereiro de 2009 a alemã Crytek anunciou a compra da Free Radial e mudou o nome do estúdio para Crytek UK. O projeto de TimeSplitters 4 foi completamente abandonado e a equipe começou a contribuir no desenvolvimento de Crysis 2.

Em 2011 eles começaram a trabalhar em parceria com a THQ para criar uma continuação do jogo Homefront, mas em 2012 a THQ simplesmente faliu. Para continuar o desenvolvimento do jogo, a Crytek comprou os direitos sobre a marca Homefront. Em 2014 a Crytek confirmou que Homefront: The Revolution seria lançado em 2015 e seria distribuído pela Deep Silver.

Mas ainda em 2014 começaram a surgir rumores de problemas financeiros e atraso de pagamento em todos os estúdios da Crytek. No meio daquele ano foi confirmado que a Crytek estava fechando a CrytekUK e que ela venderia Homefront: The Revolution para a Deep Silver. Para continuar o desenvolvimento, a Deep Silver criou um novo estúdio chamado Dambuster Studios e transferiu para ele todos os funcionários que estavam trabalhando no jogo.

Depois de vários adiamentos, Homefront: The Revolution foi finalmente lançado em 2016. Ele foi mal recebido pela imprensa e ignorado pelos jogadores. Apesar de ter um mundo criativo e mecânicas interessantes, ele é um jogo repetitivo e cheio de bugs.

Mas escondido dentro da mediocridade desse jogo, em uma sala aparentemente sem importância, há uma máquina de fliperama. Ao interagir com ela, o você pode jogar duas fases completas de TimeSplitters 2 remasterizadas em HD.

Uma pequena lembrança do maior sucesso da agora esquecida Free Radical Design.

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